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Nossos olhares se cruzaram e algumas lágrimas despencaram.


Revirando o baú encontrei este texto que  foi escrito em 19 de fevereiro de 2010, quando o Joaquim tinha apenas 9 dias!


.....

De repente eu olhei para o lado e dos meus olhos algumas lágrimas despencaram.

Já era por volta de nove e meia da noite, o Joa tinha terminado uma de suas “intermináveis mamadas”.

Ele estava ali, quietinho, totalmente largado em meus braços.

A missão sublime da vida fica com a mãe, que alimenta e nutre o seu filho, já a missão porcalhona do arroto fica com o pai. Mas o arroto também é importante nesta etapa da vida.

Nos meus braços, de pezinho, meio inclinado ele estava, nas costas dele, leves tampinhas eu dava, não sei se são necessários para incentivar a emissão ruidosa de gases do estômago pela boca, mas tudo mundo faz.

Os tapinhas ditavam o ritmo do balançar do meu corpo. Os meus olhos estavam fixados na TV, Robinho, Neymar e André davam show na Vila Belmiro.

Entre uma jogada e outra, entre tapinhas e balanços eu virei o rosto e de repente ele estava ali, com cabecinha inclinada e com os olhos bem abertos a me olhar.

Com um leve franzir na testa ele me observava, pensando sei lá o quê.

Eu vi ali uma linda imagem, um lindo lance que vai ficar gravado para sempre.

De repente eu olhei para o lado e ele estava olhando para mim, foi ai que despencaram lágrimas.

Foi nosso primeiro encontro, ele me olhava, diferentemente das outras tantas vezes em que eu ficava a contemplá-lo.

Ao passo em que ele, o pequeno Joa, vai descobrindo o mundo com seus pequeninos olhos, que mais parecem uns risquinhos, eu vou me reinventado, mergulhando neste universo de emoções a flor da pele.

Por mais que alguns rotulem de piegas, ou patético, eu só quero dizer que estou procurando viver intensamente este momento.



Escrito em 19 de fevereiro de 2010.



“Eis que acode meu coração e oferece, como uma flor, a doçura desta lição: dar a meu filho meu amor.

Pois o amor resgata a pobreza, vence o tédio, ilumina o dia e instaura em nossa natureza

a imperecível alegria".

(Carlos Drummond de Andrade)





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